MICKEY JUNKIES



O Mickey Junkies surgiu nos anos 90 no cenário independente paulistano. Mais precisamente, em Osasco.
Formada por Rodrigo Carneiro (vocal), Érico Birds (guitarra), André Satoshi (baixo) e Ricardo Mix (bateria), lançaram Stoned, seu primeiro disco, em 1995, onde a banda mostrava sua mistura explosiva de rock, soul e punk, tendo como marca registrada a voz poderosa de Carneiro, aliado a uma banda com grande poder de fogo sonoro. Porém, após varias apresentações e elogios vindos de um jovem Dave Grohl (à época baterista do Nirvana), decidem, em 1997, encerrar as atividades. Mas por pouco tempo.
Em 2007, passados 10 anos, a banda retorna com a mesma formação. E, em novembro de 2016, comemorando os 25 anos de fundação, lança o álbum Since You've Been Gone, com novo repertório, mas mantendo o mesmo arsenal sonoro, porém revigorado.
Batemos um papo com o vocalista Rodrigo Carneiro, para saber mais sobre esse retorno do Mickey Junkies aos palcos.


Passados esses anos, como você vê o atual cenário independente musical ? Mudou algo prá pior ou melhor ?
Com a maturidade, eu me tornei um otimista. Ou tento me convencer o tempo todo de que me tornei um otimista (risos). Assim sendo, penso que as coisas mudaram para melhor.


Após o fim da banda, vc ainda mantinha contato entre vocês ?
Durante os dez anos de recesso, o único que eu via com certa regularidade era o baixista, o maestro André Satoshi.


Fale do episódio que ocorreu com a banda nos anos 90, em que Dave Grohl ouviu a fita de vocês, tecendo elogios ao Mickey Junkies, Second Come e in Ups.Como o trabalho de vocês foi para nas mãos dele ?
Por conta de uma matéria d’O Estado de S.Paulo, assinada pelo jornalista Marcel Plasse, Dave Grohl ouviu uma das demo tapes que a gente gravava nos estúdios da extinta Rádio Brasil 2000 FM e distribuía gratuitamente – num esquema maluco de envio e recebimento de fitas cassete e selos postais. Gostou bastante dos Mickey Junkies e dos nossos amigos Killing Chainsaw, Pin Ups e Second Come.


 Como é voltar aos palcos, depois de uma década parado ?
A sonoridade dos Mickey Junkies é resultado do amor que temos uns para com os outros da banda. É sempre uma maravilha estar na companhia dos rapazes. Eles são, alem de meus grandiosos amigos, artistas que eu admiro profundamente.


Aliás, houve algum motivo prá ter esse hiato de tempo em off ?
De 1991 a 1997, nós vivemos intensamente alguns dos clichês do rock’n’roll. Éramos garotos selvagens e, lá pelas tantas, a dinâmica interna estava abalada. Naquele momento, a banda acabou por conta de um certo cansaço, uma leve egolatria e muita intransigência juvenil.


Há algo que possa diferenciar ou se igualar ao Stoned, seu primeiro disco, ao segundo, o Since I’ve Been Gone ? Como rolaram as gravações do novo play ?
Acredito que exista uma relação bastante amistosa entre os dois álbuns. As nossas obsessões (soul music, heavy metal, punk, blues etc) permanecem as mesmas. É como se tivéssemos partido do exato momento em que concluímos o álbum de 1995. Isso com recursos artísticos maiores, experiências de vida e coisa e tal. O período de gravação foi ótimo. Incrível trabalhar no Wah Wah Studio sob a orientação do Michel Kuaker – cuja sugestão acertadíssima para o papel de produtor veio do Marco Antonio Pereira, misto de agente, roadie, psicólogo e psiquiatra da banda.


Vocês participaram do documentário Time Will Burn, que fala sobre o cenário musical dos anos 90. Como vocês veem essa revitalização da época ?
Eu amo o filme. E tenho um imenso orgulho do que os diretores Marko Panayotis e Otávio Sousa conquistaram. Assistir à realização foi – e é -, do ponto de vista emocional, bastante intenso. Afinal, trata-se de um capítulo da história da música brasileira sendo retratado – num país que tem tantos problemas com relação à sua própria memória – e um recorte da minha juventude, de fortes laços de amizade estabelecidos no século passado.


Como são as atuais apresentações do Mickey Junkies ? A molecada comparece, ou se vê mais pessoas que curtiam a banda , há décadas atrás ?
Tem de tudo. Já vi algumas gerações na plateia. O que é maravilhoso.



E do cenário atual, quais bandas nacionais e independentes, vocês acham que merecem destaque ?
O que é feito com sinceridade merece todo respeito. E nem é preciso citar nomes. Há trabalhos sensacionais sendo cometidos. Viva a expressão artística.

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