Acho até meio difícil alguém que realmente curta a cena independente, não conhecer esse trio, pois desde o lançamento de seu primeiro trabalho - o Noisecoregroovecocoenvenenado, de 2003 - a banda Zefirina Bomba vem trilhando seu caminho com bons resultados. Turnês na gringa, festivais, mudanças de integrantes e cidades permeiam o som envenenado feito por Ilsom (vocal/viola/guitarra), Edy (baixo) e Rayan (bateria). E enquanto se apresentam divulgando seu compacto de 2011, já se preparam ainda este ano, para lançar seu novo trabalho, intitulado #3. Confira a entrevista cedida pelo camarada Ilsom.
O que você pode dizer, desses 10 anos de Zefirina Bomba ?
Muita corda quebrada,poeira de estrada, carregando um peso do caralho,muita noite mal dormida...os melhores anos da minha vida !!!
O Noisecoregroovecocoenvenenado foi lançado pelo selo Trama em 2006. Acha que a visibilidade foi maior, depois de gravar pelo selo ?
Na real, a gente foi bater na gravadora porquê tava bem falado no underground, e sinceramente, pouco mudou com relação a isso. Todos os festivais já nos conheciam e a gente já tinha tocado na MTV [Banda Antes]. Mas é claro que tudo soma. A Trama na real viabilizou o disco que a gente não tava conseguindo lançar sozinho, e foi nossa parceira.Aliás, que gravadora entregaria um estúdio, pra uma banda de rock da Paraíba gravar seu primeiro disco, dando toda autonomia ? Que banda tem isso ? No primeiro disco então? Por isso eles são nossos parceiros até hoje.
E pretende voltar a morar em SP ?
Neste momento não, existe muita coisa pra ser feita por aqui. Encampamos alguns trabalho pra ajudar a enviar caminhões pipa para o sertão. Faremos algumas ações e lançaremos o material novo daqui mesmo.
Como foi sair de João Pessoa e morar longe dos amigos,família,etc ?
Em 2004 era a melhor coisa pra se fazer, então não pensamos muito nisso. Como fui com minha mulher Thelma, eu realmente tive um amparo maior. Mas a vida em SP resultou em novos amigos, um mundo inteiro pela frente! Muito aprendizado!! E sempre que era possível voltávamos para visitar a família.
De 2006 em diante, passamos a fazer tours pelo nordeste e isso facilitou muito a distancia. Agora estamos na direção contrária, os amigos do Sul e Sudeste que sentem saudade. O bom é saber que existem lugares pra voltar, e gente boa pra beber junto!!
Qual foi o motivo da saída de Guga e Martim, baterista e baixista da banda respectivamente ? vocês ainda mantém contato ?
Os motivos foram pessoais. Chega uma hora em que mudar é a melhor coisa a ser feita. Fizemos juntos, sem problema algum. Inclusive existe a possibilidade dos dois tocarem no relançamento do "Noisecore... Plus", em SP. Mas a gente ainda mantém contato. Guga continua tocando com Rafa no Capim Maluco, e Martim está no Single Parents .
E como rolou a entrada de Rayan ? Vocês já se conheciam ?
Sobre Rayan, ele cresceu ouvindo a gente e o Walverdes, toca todas as musicas de cabeça! Não existe melhor batera pro Zefirina! Aliás ele pegou um pedaço de um dos primeiros violões quebrados num show no ginásio da ETFPb, em 2004.
Eu + Rayan + Edy [que é baixista fundador da banda] essa é a formação. Que inclusive compôs e gravou o disco novo!
O segundo trabalho da banda foi gravado todo em mono. Pretendem refazer esse modo de gravação em algum outro projeto, ou trabalho futuro ?
Na verdade isso era uma vontade do Rafa (Tambor). Ele queria fazer um disco mono e eu topei, porquê o Zefirina não usa artifícios de estúdio para melhorar o som! Você escuta o que foi gravado (veja aqui ). Essa parada crua ajuda na hora de finalizar um disco mono! Mas desde que começamos, essa sempre foi nossa dinâmica de gravação. Todos juntos tocando! No encarte do “Noisecore... ...Plus” eu conto melhor isso.
E como está indo as gravações do próximo trabalho ? Pelo que ouvi da pré master, parece estar na pressão.
Gravamos o disco todo aqui em João Pessoa, com um moleque que tá mandando muito bem!!! Pedro Paulo, ele é um puta engenheiro de som!! O trampo com ele flui muito e ele sabe o que tá fazendo. O No 10 é um estúdio tipo o “Reciprocal Recording” do Jack Endino. O som tá mais áspero! Mas tem a mesma qualidade dos trabalhos anteriores feitos na Trama e no Tambor
Pedro é sem dúvida um dos melhores caras com quem já trabalhamos.
Tem data prevista para sair ?
Ainda não, mas sai esse ano.
Fora o Zefirina Bomba, você participa de outros projetos, produz bandas e ainda comanda o selo Sub Folk. Fale um pouco de cada um desses afazeres.
Vivo pra música e realmente fico feliz quando posso colaborar com algum projeto. O selo é uma extensão de tudo e faço isso porquê curto! Porquê realmente não dá dinheiro.
Planos para o futuro ?
Escrever um livro e fazer Thelma a pessoa mais feliz desse mundo!
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