O Plano Zero é uma banda carioca surgida em 2000, na cidade de Duque de Caxias, no RJ. Após passar por
várias formações , conseguiriam fixar seu line up com : Serginho Zanne (voz e guitarras), Pedro Costa (guitarras), Sancho Trovoada (bateria) e Tiago Aléxis (contrabaixo) . Com a banda já reformulada, resolveram lançar 2
singles pelo site do Palco Mp3, sendo
eles “República” e “A Pior Forma”. Ao
final, pretendem lançar um disco cheio, em formato físico, e dar continuidade a
divulgação de seu trabalho. Confira entrevista cedida por Serginho Zanne,
guitarrista/vocalista do Plano Zero.
A banda
passou por algumas formações e se definiu com essa atual. Está mais concisa?
Estamos curtindo muito
a formação atual. Além de conseguir continuar trabalhando entre amigos de longa
data, todos são bons músicos, antenados e conscientes de seus papeis no
processo, o que acho muito importante pra coisa funcionar da melhor forma possível.
Isso tudo aconteceu num momento muito bacana pra banda, já que estamos
colocando em prática todo um planejamento que iniciei há alguns anos quando
percebi que a banda precisava passar por um amadurecimento, gravar um material
oficial e ampliar seus horizontes territoriais. E o que acho mais importante é
que conseguimos esse crescimento preservando a personalidade e essência da
banda, que sempre foi conhecida pela performance explosiva nos shows.
Você ainda possui contato com os ex integrantes
ou alguém sumiu na poeira ?
Sem dúvida! Somos
amigos e nos vemos sempre que possível, apesar da correria do dia a dia. E
todos nós temos um carinho pela história que construímos, e consciência de que
cada um tem uma participação importante na história da banda e isso jamais será
apagado, pelo contrário, estaremos sempre compartilhando os bons e maus
momentos, até porque estes 15 anos nos renderam ótimas histórias e aventuras
memoráveis, dignas de um livro de memórias pra ninguém botar defeito.
E os singles lançados via Palco Mp3 serão
lançados também em formato físico, ou pretendem agrupar músicas virtualmente
pra no fim lançar um disco cheio?
Os singles “República”
e “A Pior Forma” foram lançados virtualmente e também em formato físico. Eles
fazem parte do nosso primeiro álbum que já foi gravado e está em fase de
mixagem. Estas músicas e outras duas que serão lançadas em breve já são as
versões oficias e servem como um aperitivo, preparando terreno pro lançamento
do álbum, que inicialmente será lançado em formato virtual, mas também terá uma
tiragem em alguns formatos que ainda estamos negociando.
Ainda sobre os singles lançados, são músicas já
gravadas anteriormente em cd?
Como este é o nosso
primeiro material oficial, algumas músicas já haviam sido gravadas
anteriormente em versões demo e shows ao vivo. Músicas como “A Pior Forma”, já
são conhecidas pelo nosso público mas só agora saem em suas versões oficiais.
Dá pra falar algo sobre a produção de cada
single, preparação, etc ?
Comecei a pensar neste
disco em 2010, quando fui conversar com o Pedrinho Garcia, batera do Planet
Hemp. Queria gravar com alguém que já tivesse uma bagagem no rock n roll. Ele
foi muito receptivo e fiquei de retornar pra marcar o início dos trabalhos.
Havia começado a pré-produção sozinho, sem ter ainda uma formação definida,
gravando músicas e arranjos em casa. Foi quando o Pedro Costa (guitarra), que já havia passado
pela banda se juntou a mim. Iniciamos as gravações ainda sem uma formação
definida. Durante este processo de produção com o Pedrinho Garcia acrescentamos
ótimas ideias e soluções, o que ajudou bastante a chegarmos numa sonoridade
satisfatória que buscávamos para as músicas. As gravações seguiram sem
urgência, e quando concluímos decidimos lançar os singles pra que já tivéssemos
material de divulgação, já que os convites para shows começaram a surgir. Neste
meio tempo contamos com a participação especial de amigos como Will Seven
(Viennah) e Dick Ferreira (Cinema Novo) até que fechamos o Sancho (bateria) que
também já havia tocado conosco e logo depois com o Tiago Alexis (baixo).
Lançamos “República” e “A Pior Forma”, executadas em primeira mão pelos amigos
da excelente Radio Cult FM, e enquanto terminamos a mixagem do álbum, lançaremos
outros 2 singles até lançar o álbum completo, que estará disponível para compra
inicialmente na internet.
E hoje em dia como você vê isso dê gravar e
lançar por uma plataforma digital? E até onde isso facilita e/ou dificulta as
coisas?
A internet que
inicialmente implodiu a indústria fonográfica, também acabou facilitando muito
para que os artistas independentes pudessem ampliar o alcance de seus
trabalhos. E isso também se refletiu nas plataformas de distribuição. Acho que
quando falamos de música e da indústria que envolve esse processo, sempre
consumimos música de acordo com a opção construída pelo mercado, como foram os
vinis, que só puderam ser vendidos em escala maior com a comercialização dos
toca discos, depois o cassete, CD e etc. O download também fez com que a venda
de discos caísse e os shows se tornassem o principal meio de arrecadação de um
artista. Em meio a essa transformação constante, temos a volta de todas estas
plataformas e assistimos um retorno considerável da venda em formato físico, ou
seja, acho que o mais interessante nessa roda gigante toda é tentar fazer com
que a música chegue ao alcance do maior número de pessoas possível, já que as
bandas independentes ainda não conseguem uma venda significativa capaz de gerar
renda pra se viver de música, acho que o momento nunca foi tão favorável e
nunca vimos tanta gente tendo a chance de mostrar a cara de forma independente,
nas redes sociais, nos eventos, nos shows. A rapaziada está trabalhando e
fazendo acontecer sem depender da grande indústria.
Vocês vem do interior do Rio de janeiro. Há
muitas boas bandas por aí? Vocês abrem o leque para contatos com essas outras
bandas?
Sim. Tem muita gente
boa trabalhando e fazendo acontecer. Muitas bandas bacanas que conhecemos ao
longo destes 15 anos de underground. Nós achamos essencial que estas bandas
mantenham contato entre si pra que a cena se mantenha viva. Somente dessa forma
é possível se manter ativo entre um cenário que se movimenta e se transforma o
tempo todo.
Vocês participam do evento Fusão independente?
Do que se trata?
O Fusão Independente é
um projeto que surgiu com a reunião das bandas Balcma, Envolto Deserto, Viennah
e Plano Zero com o intuito de viabilizar um festival itinerante que valorize a
cena independente. Essa forma de trabalho foi uma alternativa para organizarmos
um festival com uma boa estrutura de som, espaço e divulgação necessários para
receber bandas locais e também de outros estados, como aconteceu nas edições
anteriores em que tocaram bandas como El Toco (SP), Memora (RJ), Cafe Frio
(RJ), Opala de Prata (RJ), Rotinna Hurbana (BH) além de ter proporcionado shows
para o Envolto Deserto e Balcma por meio de intercâmbio. O projeto já
proporcionou muita coisa bacana, muitas parcerias, tanto para as bandas
envolvidas quanto para as bandas convidadas, e com certeza ainda renderá muitos
frutos através do potencial que o festival oferece.
E como estão de shows, etc.?
Com a atual formação
fizemos muitos shows e temos a sorte de conhecer pessoas super generosas que se
identificam com nosso trabalho e tem dado uma força muito grande, indicando a
gente pra tocar em lugares muito legais. Passamos pelo Tomarock, pela Lira de
Ouro, temos sido constantemente convidados pra tocar no lendário Bar Bukowski,
em Botafogo através do grande DJ Marcos SAT, bar Durangos, também em Botafogo,
Bar Empório de Ipanema, Subúrbio Alternativo, do Lendário DJ Terror, Rock na
Biblioteca, organizado pelo grande Luiz Renato, além de diversos motoclubes do
Rio de Janeiro, que também tem nos convidado. Entre outros eventos nos quais
tivemos a honra de tocar este ano. Fomos convidados agora para a edição de
verão do Festival Solstício do Som 2015 em Petrópolis, evento com um line up
sensacional e estrutura excelente. Tocaremos no dia 12/12 com bandas como
Zander e Menores Atos e estamos muito contentes por este convite.
Como é o processo de composição da banda ? As
letras falam de quê ?
As letras falam de
temáticas variadas. Temas sociais, existencialistas, amor, ódio, jogo do poder,
perseverança, conflitos pessoais, etc. Acho que todo tipo de experiência que
vivemos pode acabar se tornando música.
Quais as influências do Plano Zero?
Nossas influências são
bem variadas. Apesar de não procurarmos rótulos, as pessoas identificam na
banda influências do Grunge, do rock alternativo, do punk, anos 90, além das
influências de cada integrante, também temos em comum o gosto por bandas
nacionais dos anos 80, enfim, de Beatles a Tom Zé, mesmo que isso não seja
perceptível no nosso som, tudo isso influencia nossas músicas.
Hoje em dia dá pra se viver de música ou
sobreviver dela?
Todos nós temos nossos empregos e fazemos
música primeiramente por prazer e satisfação pessoal. Fazer parte de uma banda
é algo fantástico e é isso que nos move. Ver as pessoas cantando nossa música é
o retorno mais significativo que podemos ter disso tudo. Acho que esse deve ser
o principal combustível pra ser fazer Rock n´ roll, o resto é consequência.
Dinheiro é sempre bem-vindo, mas não é o objetivo principal, até porque se
pensássemos assim, correríamos o risco de seguir caminhos duvidosos. O mais
importante é se divertir. Isso sim é algo que nunca falta nessas nossas
aventuras que só o rock n´ roll nos proporciona.
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