Nardonis





Musa Junkie,Comedores de Lixo,Zefirina Bomba,Rotten Flies,Old Men School...definitivamente, a cidade de joão Pessoa-PB vem mostrando que há uma cena efervescente dentro de sua localidade, e nas proximidades dela.O Nardonis também faz parte dessa nova leva de bandas da santa terrinha.
Formado em 2008, a banda conta na sua formação com Harrison (vocal/gaita);Igor (baking vocal/baixo);Cleiton (guitarra/backing vocal);Leandro(guitarra/backing vocal) e Gaby (bateria).No momento estão participando de uma coletânea,a sair pelo selo Microfonia,também de João Pessoa.
O som do Nardonis é um pós punk despretensioso e sincero,com palavras cuspidas em meio ao caos sonoro que a banda evoca em suas músicas.O Box Alternativo foi conferir com Igor sobre a banda e a cena Pessoense.


Na sua visão,o que deve o crescimento da cena de  João Pessoa ?
Acho que depois do pessoal do Aumenta Que É Rock, as bandas e produtores locais começaram a investir mais em estrutura, em uma produção bem feita e tal.Tem muita
banda nova surgindo e apesar das dificuldades, surgiram novos espaços e cada um 
com a sua proposta.

E quais bandas você destaca daí ?
Tenho medo de deixar alguma banda que goste de fora, mas tem o Musa Junkie,
Zefirina Bomba, Comedores de Lixo, Rotten Flies, Sodoma, Madness Factory,
Noyzy, Madrecita, Naresh, Hairy Fly, Truck Driver Killer, Celerados, Darksiders, Noskill, Ubella Preta, Caixão e Vela Preta, Erro, Anemone (que é de Santa Rita), Ne Koni, Derrotista, Psychocancer, Remela (que são de Campina Grande) e mais uma porrada 
de bandas com propostas diferentes, tendo uma diversidade bem legal, já que antes por aqui só rolava som pesado. Hoje tem até música instrumental sendo feita. Citei apenas
algumas bandas que gosto e estão na ativa, mas se fosse contar com as que encerraram
suas atividades, ia ser muita coisa mesmo, hahaha ...


Fale um pouco do início do Nardonis.
A gente começou em 2008 sem ter noção alguma do que fazer, aprendendo a tocar
juntos e criando nossas músicas.Daí paramos um tempo,pois só sabíamos beber e deixar as coisas pela metade,e em fins de  2011, resolvemos voltar.

A formação sempre foi a mesma ?
Da formação original, só sobrou eu e Harrison.Gaby entrou pra tocar bateria quando voltamos.Desde então estamos juntos nessa. Passaram alguns guitarristas pela ban-
da, mas hoje Leandro e Cleiton se firmaram na formação, e ambos tem ajudado muito
nas composições.Como todos já fizeram e tem liberdade pra compor algo, isso acaba
fortalecendo a produção.Gosto quando a coisa funciona como grupo, sem ter o cara
que é o "chefe", porque desse modo, todo mundo se sente a vontade.

Além do Nardonis,você ainda toca em mais 2 bandas,a Scary Monsters e a Old Men School.Dá prá conciliar ? Rola um certo ciúme entre elas ? 
Consigo conciliar numa boa e até ajuda.Me vem idéias dessa interação, com pessoas
e propostas diferentes.  Existem divergências em alguns casos, mas até agora eu tenho
conseguido conviver numa boa. Se rola ciúmes eu não sei, e também não me importo, hahaha... 
  
Vocês irão participar de uma coletânea do selo Microfonia.Dá prá falar algo sobre ela ? 
Gravamos duas músicas no estúdio do selo Mardito discos, e a coletânea será lançada 
pelo selo do Jornal Microfonia. Esse convite só veio reforçar a vontade da banda de to-
car as coisas pra frente.Fizemos uma correria desgraçada por essa coletânea, por essas
músicas, e acho que o resultado foi melhor do que a gente esperava.Os caras do 
estúdio deixaram a gente a vontade, pareciam parte da banda e isso foi massa !



E o début da da banda,quando saí ?
Ainda não começamos as gravações de um material só da banda.Gravamos apenas as duas músicas pra coletânea.Mas queremos entrar em estúdio o quanto antes, pra gravar
um EP e sair tocando por ai.

Quais são as referências da banda ?
A gente tenta fazer algo entre o punk rock e o pós punk,mas as influências são bem variadas, desde coisas de música eletrônica e experimental, free jazz, hardcore,
ska, até literatura com escritores como Bukowski, os beatniks, Sartre...ai vem cinema,
quadrinhos, e um senso de humor ácido que pega coisas do cotidiano, e mistura com 
essas referências.Não somos intelectuais ou coisa do tipo. A gente gosta de beber,
falar besteira e gosta dessas coisas que citei. Mas na hora de fazer algo, sai do jeito da gente.


E modo de composição,como é ?
Ou um trás alguma idéia de casa e a gente faz algo no estúdio, ou inventa na hora do 
ensaio mesmo. Mesmo quando é uma idéia que alguém traz sempre rola improviso 
ai no meio disso a gente vai moldando as músicas.

Pra´fechar,o que falta prá uma melhor estrutura da cena musical de João Pessoa ?
Acho que uma interação maior entre as pessoas que fazem parte do cenário, porque 
divergência todo mundo tem.Mas pegar essas diferenças e tornar a coisa separatista, é que não da né? É sair da zona de conforto, abrir a cabeça pra ouvir além do óbvio, saber que ninguém precisa se tornar seu inimigo porque falou que não gosta da sua banda, ou não concorda com a forma como produz. Enfim, se não reduzir um pouco essas picuinhas e deixar o ego de lado, a coisa cresce, mas fica limitada até um certo ponto, ficando estagnada.



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