VÊNUS IN FUZZ


"Poucos acordes, distorções, microfonias, reverbs. Com o olhar fixo no chão controlando os efeitos, ou encarando o caos em volta de suas rotinas".  Esse é o resumo do que é a banda, visto de suas redes sociais. Mas prá ter noção do que é a Vênus In Fuzz, só indo a um de seus shows. Uma viagem em meio a feedbacks, microfonias e vozes ao fundo.
A Vênus In Fuzz nasceu em 2015, e após inúmeras formações (já passaram por lá integrantes do Stress City e Urubu Trip), se fixaram com Gilberto Bastos (vocal/guitarra), Igor Silva (vocal/baixo), Tarcísio Victor (guitarra) e Angie (bateria). Lançaram em 2015  Room Tapes, com 3 sons ao vivo no estúdio, o qual pode ser baixado no bandcamp da banda. E agora em 2016 eles acabam de lançar um ep com 4 sons, com essa nova formação e mantendo seu  pós punk apocalíptico. Segue abaixo entrevista com Gilberto Bastos, vocal/guitarra da Vênus In Fuzz..



Explica aí o surgimento do Vênus In Fuzz.
A Vênus in Fuzz surgiu numa busca minha de formar uma banda que trouxesse o espírito de tocar de forma livre, sem virtuosismos os sons que eu sempre curti. Noise, Post-Punk, Shoegazer. Essa busca durou anos até encontrar Igor. Nas conversas no Balcão da Música Urbana, loja de\cds daqui de João Pessoa. Chegamos ao casamento perfeito. Afinidades sonoras, literárias e principalmente a liberdade pra tocar o que gostamos do nosso jeito. Isso foi fundamental.


Por quê a banda demorou em lançar um trabalho ?
Tivemos muitos contratempos pra definir uma formação. Era consenso meu e do Igor não utilizarmos recursos eletrônicos pra preencher o som da banda. Nós curtimos o fazer música de forma orgânica, visceral. Quando fechamos uma formação que achávamos que daria certo, gravamos a Room Tapes.


 Room Tapes foi gravado ao vivo no estúdio. Pode ser considerado um dos trabalhos da banda ou somente um cartão de visitas ?
Eu tenho um carinho enorme pela Room Tapes. Captar musicas pelo celular é o mais comum quando se inicia uma banda. É o básico. Mas no caso da Room Tapes, ela me passa a imagem e a textura sonora de como a Vênus é ao vivo: intensa. Barulhenta. Alguns a ouvem e talvez não vejam dessa forma. Já pra outros o resultado foi espetacular.


Novo trabalho, nova fomação...como tá rolando tudo isso ?
Agora em julho lançamos o EP: Juntar As Idéias E Fazer Algo, com outras cinco bandas pelo selo SUBFOLK. Foi uma experiência muito bacana. Um estúdio montado para captar seis bandas diversas num take único. Gerou uma oportunidade de cada banda ter seu material independente. Agradeço ao Ilson Barros da SUBFOLK e ao Marcelo Macedo e Paulo Tavares do Peixe-Boi Estúdios pela força. Na ocasião a formação contava com Luan Caetano na guitarra e Tony na bateria. Ficaram até essa gravação.
Hoje contamos com Angie na bateria que encarou o desafio de tocar com a gente e se enquadrou nesse pensamento de tocar livre e Tarcísio Victor na guitarra e sinths. Ambos acrescentaram um brilho a mais. No momento estamos iniciando um projeto de mais um EP que deve sair em setembro ou outubro.

  
 E como são os shows, o pessoal curte ou participa bem ?
Os shows são intensos e barulhentos. O improviso é uma ferramenta utilizada. Outra coisa legal é a mudança de repertório, mudamos a cada show. A cada temática. O público havia esquecido como bandas noises se comportavam e ficam meio estáticos, mas superamos essa relação e a galera tem curtido muito.


Além do pós punk ainda tem outras referências no som da Vênus In Fuzz ? Quais ?
Temos uma textura muito barulhenta, mas muito reverberada. Delays e echos são misturados com efeitos de fuzz e soam algumas bandas shoegazers. Unindo a essas referências nossas formas de escrever. As letras são minhas e do Igor e flertam gêneros distintos: ele utiliza a crônica, a prosa e eu utilizo mais o poema, a narrativa. São conceitos coletivos que superam nomear bandas que possamos vir a soar.


O pessoal vem comentando muito sobre a morte do cd, o vinil tá aí com foça total...qual o futuro das bandas independentes a meio isso tudo ?
Gravar CD ou Vinil pra bandas undergrounds tá fácil mas caro. Ainda muito caro. Acredito no CDr, esse sim é nossa realidade. Há o formato digital também. São ferramentas para as bandas. Quando penso em lançar um som. Eu imagino a concepção gráfica do trabalho. O formato. Gostaria muito de lançar alguns bônus em Cassete. Quem sabe né? O CD não vai morrer. O Vinil ta muito caro. Nossa realidade é o CDr.

E a cena de João pessoa tá movimentada ?
A Cena a qual eu insiro a Vênus in Fuzz tá efervescente. Pequenos pubs, ocupações e a rua mesmo. Tudo é palco pra essa cena underground da cidade. Não dependemos do poder público e das curadorias pra mostrar nosso som. A rua é livre e é palco também.

Planos para o futuro da banda.
Vamos entrar em estúdio agora em agosto. Gravar esse EP e tocar noutras cidades e estados.



CONTATOS :

Facebook

Bandcamp




Comentários

Unknown disse…
Este comentário foi removido pelo autor.